sábado, 6 de fevereiro de 2010

Como a carruagem virou abóbora

Convidada por uma conhecida, que até então eu julgava amiga, fui a uma casa noturna e para tal escolhi um modelito inusitado. Eu estava meio cheinha, então coloquei uma camisa larga e uma blusa mais ou menos justa por cima. Analisando hoje eu vejo que as pessoas me viram como uma pessoa original, autêntica e com estilo. Alternativa, se preferir. Não apenas mais uma mulher de tubinho preto, mas alguém que acima de tudo tinha ousadia o suficiente para se vestir fora do padrão e que sustentava essa ousadia. Os homens ficaram entusiasmados comigo. Mas, mais que posar de celebridade, eu estava curtindo uma onda social, de simpatia sincera, na qual não acredito mais. Eu estava com uma energia realmente boa, e atraía as pessoas para perto de mim. Se um daqueles personagens dessa noite me visse hoje, apagada como estou, não me reconheceria. Talvez o travo com o qual dormi na boca aquele dia tenha me contaminado para sempre, depois de ter sido abandonada num posto de gasolina e tendo lá ficado sozinha por um bom tempo, passando-me por sei-lá-o-quê para as pessoas que por ali passaram e com algumas das quais também ousei trocar alguma ideia. Todo esse tempo passado no posto para sustentar a mentira para o pai da "amiga", ela que enquanto isso estava num motel se divertindo com um cara qualquer, mas o papai dela não podia saber disso, por isso tínhamos que chegar juntas ao nosso prédio. Na verdade, ingenuamente, no dia não me dei conta, relevei, achei que estava "quebrando o galho" para a "amiga", mas hoje vejo o papel ridículo que prestei!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Gigolô

Parece irônico, mas o que a salvou foi aquele rapaz que tinha servido ao tráfico. De toda forma, ele tentava se regenerar cursando uma faculdade e estudando como um louco. Louco era o que realmente aparentava ser. As mulheres achavam-no bonito. Mas dizem que os maníacos sexuais têm mesmo essa química com as mulheres... Ele a salvou por aquilo que sabia fazer melhor, por aquilo no qual tinha se especializado: pelo sexo.

sábado, 26 de setembro de 2009

eu estava frígida e você nem sabia. Veio chegando com aquela conversa mole, com aquele pega que não me acendia mas eu disfarçando. Não lembro quanto tempo ficamos nessa, mas bastou aparecer um louco conhecido de seu amigo para que eu terminasse a noite nua na frente de três homens e sem ser comida por nenhum dos três... Melhor assim: vocês se saciaram apenas com a visão e eu mantive a pureza virginal das putas não comidas...

sábado, 19 de setembro de 2009

Eu era uma garotinha e eles pilharam todas as minhas crenças e não ofereceram nada em troca! Eu não devia ter caído na conversa de gente que só queria comer o meu rabo e vazar fora! Eles já estavam casados e tudo o que queriam era uma boceta jovem para variar da carne já gasta de suas esposas candidatas a cornas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

por enquanto neste tanto entretanto rogo-te que recobre tua dignidade, desde há muito perdida, desde antes de nosso fio ser tecido em meio ao mel e ao pus. Supus ser digno da tua indigência, mordisquei-te, lambi-te, babei-te, fodi-te, mas nada era tanto ao teu entanto, ao teu desencanto cansado e entediado de quem para sempre escolheu o fracasso marginal e desolado das ruínas da civilização ocidental, do dentifrício fictício do fato, do meu falo babado e enlameado, do lodo das tuas gretas íntimas que me babujaram sujando-me para sempre da tua fecal incúria que contamina sem sequer ser penetrada, roçada e atravessada, devassada para sempre, arregaçada no meio da rua e ninguém a quer, desprezada e evitada, esta é a tua sina assinada pela sanha do meu ser